A primeira coisa que esqueceu foi do nome verdadeiro
Ercília Benício
Orcília Rodrigues nasceu em 4 setembro de 1932. Aos 13 anos fugiu de casa para casar com Izau Benício. Aproveitou a ocasião para mudar o nome. “Orcília era muito feio”, dizia. Então no papel virou Ercília Rodrigues Benício. Teve um casal de filhos e seis netos.
Depois da morte do marido, em 1984, começou a ter lapsos de memória. “Colocava um lugar a mais na mesa e perguntava a que horas meu pai iria chegar”, lembra sua filha Maria Elizabeth.
Morava com a filha e duas netas. Sua principal preocupação era o bem-estar delas. “Achava toda hora que ia morrer e que nunca veria minha filha Valéria se casar”.
Com o tempo, os esquecimentos se tornavam mais frequentes.Tomava café da manhã duas vezes, deixava a panela no fogo até o arroz queimar, a porta destrancada à noite.
Quando o filho de Valéria nasceu, sempre perguntava de quem era o bebê. E, quando a criança começava a chorar,seguia o barulho e se espantava ao ver o recém-nascido. Quando seu bisneto completou um mês, pegou o menino no colo e disse que poderia morrer em paz porque tinha conseguido realizar o sonho de ver sua neta casada. Dez meses depois, no dia das mães de 1998, Ercília faleceu.
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