quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Obituário # 23: Patrícia da Silva, por Allan Scheidt


Escada para o Paraíso

Patrícia da Silva


Guarani das Missões, Rio Grande do Sul, 10 de novembro de 1984: nascia Patricia da Silva. Uma menina que parece ter absorvido o carisma da primavera nos pampas. Desde pequena estava ligada às atividades artísticas tradicionais. Em 1995 foi  eleita a primeira prenda mirim da cidade, a flor do CTG.

Após concluir o ensino médio, Patricia e a família se mudaram para a cidade de Matelândia no oeste do Paraná. A nova vida começou com curso técnico na área de enfermagem e sete anos dedicados à profissão. Foi o tempo de apaixonar-se por Victor, com quem casou e teve Murilo.

A prenda também era fã de rock, particularmente pela canção Stairway to Heaven, do grupo inglês Led Zeppelin. E um dos trechos desta música representa bem a grande mudança na vida de Patricia, quando ela conheceu um novo amor:

Sim, há dois caminhos que você pode seguir
Mas na longa estrada
Há sempre tempo de mudar o caminho que você segue

Essa mudança no caminho ocorreu após três anos de convivência com Victor. Separou-se para mergulhar no romance com Jefferson, com quem conviveu por quatro anos. Seu novo marido tinha personalidade difícil: brigas no relacionamento e o envolvimento dele com drogas foram um prenúncio. A vida de Jefferson acabou no dia 2 de junho de 2011, vítima de homicídio.

Exatamente um mês depois, na fria noite de 2 de julho Patricia decidiu também subir as escadarias do paraíso. Deixou para trás Murilo, agora nos braços de Victor.

Pati, como era chamada por amigos e familiares, sempre esteve sob uma tempestade silenciosa, jamais transparecia a tristeza que lhe açoitava. Gostava muito de conversar e encontrar amigos, sair para dançar, brincar com seu filho. Viveu intensamente suas decisões, assumindo suas conseqüências. Quando cometeu suicídio, vitima da depressão, estava com 26 anos.



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